Fernanda Alcântara*
Da Página do MST
As Centrais Sindicais, movimentos populares, partidos políticos e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo se mobilizaram, em 2021, pelo Fora Bolsonaro. Em todas as regiões do país houve manifestações contra os desmandos do governo Bolsonaro e a retirada dos direitos dos trabalhadores.
O lançamento da hashtag “#1000DiasSemCorrupçao” pelos apoiadores de Bolsonaro foi desmoralizado com a demonstração de que essa ação fake coordenada vai contra todos os fatos que comprovam como o governo federal tem operado sistematicamente de forma vil, acumulando diversos casos envolvendo corrupção, desvio de verbas, destruição de bens públicos, improbidade administrativa e outros crimes.
Veja abaixo uma lista que relembra sete casos que envolvem corrupção na gestão de Bolsonaro e porque o MST se solidariza contra o caos que o desgoverno tem provocado contra a população brasileira:
1. Corrupção na pandemia
Diversos casos de corrupção foram revelados durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, que investigou omissões e irregularidades nas ações do governo federal do presidente Jair Bolsonaro.
A CPI escancarou as consequências mais perversas em meio à terrível crise humanitária, desde as suspeitas de corrupção no contrato do Ministério da Saúde para a compra da vacina indiana Covaxin até a criação de um “gabinete paralelo”, que junto com operadoras de plano de saúde, intimidaram médicos pelo uso de medicamentos sem comprovação científica.
2. “Laranjal” no turismo
O escândalo é de 2019, mas segue sem encerramento. Marcelo Álvaro Antônio, deputado federal e ex-ministro do Turismo, é acusado de participar ativamente de um esquema de corrupção em Minas Gerais. Na posição de presidente do Partido Social Liberal (PSL) no Estado, ele teria desviado fundos de campanha de candidatas do partido, realizado indicações de campanha como candidatas “laranja”, no intuito de usar seus fundos de campanha em benefício próprio e ameaçado algumas das candidatas para não deporem contra ele.
Em outubro, Antônio foi denunciado por falsidade ideológica, associação criminosa e fraude. Apesar das denúncias, Marcelo Antônio continuou no cargo do ministro do Turismo até o ano passado.
3. Meio ambiente em chamas: Ricardo Salles
Ricardo Salles foi sem dúvidas um dos ministros mais nocivos e cruéis do governo federal. Condenado por improbidade administrativa, a Justiça comprovou a participação do ex-ministro do Meio Ambiente na fraude do plano de manejo de área de proteção ambiental para beneficiar empresas de mineração ligadas à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Salles também está envolvido em processos da Polícia Federal que apuram seus crimes por agir contra a administração pública, corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando a empresários do ramo madeireiro. A principal linha de investigação aponta que o Ministério do Meio Ambiente atuou favorecendo indevidamente empresas dentro da administração pública, o que pode caracterizar crime de advocacia administrativa.
4. Por que Queiroz depositou R$ 89 mil na conta de Michelle?
Reportagens na revista Crusoé, jornal Folha de S.Paulo e o portal G1 mostram um total de R$ 89 mil recebidos pela atual primeira-dama, Michelle Bolsonaro, entre 2011 e 2016. A quebra de sigilo mostrou que Queiroz depositou 21 cheques na conta de Michelle nesse período, somando R$ 72 mil, enquanto Marcia Aguiar, esposa de Queiroz, realizou o deposito de mais seis cheques também para a primeira-dama, entre janeiro e junho de 2011, no valor total de R$ 17 mil.
Desde que as denúncias foram divulgadas, em agosto de 2020, a pergunta “Por que Queiroz depositou R$ 89 mil na conta de Michelle?” já foi repetida mais de 1 milhão de vezes nas redes sociais, mas segue sem resposta.
5. Dinheiro na cueca e Onyx Lorenzoni
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que já transitou no Governo Bolsonaro como ministro da Casa Civil, ministro da Secretaria Geral da Presidência do Brasil e ministro do Trabalho e Previdência, admitiu o recebimento de doações em sua campanha eleitoral e, através de um acordo, deve R$ 189 mil como prestação pecuniária.
Já em 2020, o senador Chico Rodrigues, então aliado de Bolsonaro e vice-líder do governo no Senado, ganhou repercussão nacional depois de ser flagrado pela Polícia Federal com R$ 33 mil na cueca. O dinheiro foi encontrado ao cumprir um mandado de busca e apreensão na casa do parlamentar durante uma operação para apurar um suposto esquema criminoso de desvio de recursos públicos para o combate ao Coronavírus em Roraima. Diferente de Onyx, o senador deixou o posto em 15 de outubro e pediu afastamento do mandato.
6. Interferência na Polícia Federal
Jair Bolsonaro responde ao inquérito da Polícia Federal que investiga a participação dele no uso da corporação para proteger seus filhos e aliados. A investigação foi aberta no final de abril de 2020, a partir de informações apresentadas pelo ex-ministro Sérgio Moro, que deixou o governo acusando o presidente de substituir nomeados em cargos estratégicos da PF para blindar familiares e aliados de investigações. Juridicamente, o presidente pode ter que responder presencialmente aos crimes de corrupção passiva privilegiada, advocacia administrativa, obstrução de justiça, falsidade ideológica e coação no curso do processo.
Em maio do ano passado, Bolsonaro confessou a interferência na PF e intenção de “proteger a família”.
7. Rachadinhas e Bolsonaros
São muitas as investigações que envolvem o presidente e os filhos de Bolsonaro: Flávio e Carlos, suspeitos de organizar um esquema de “rachadinha” no gabinete do parlamentar, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Segundo depoimentos, foi identificado que Fabrício Queiroz recebeu R$ 2 milhões por meio de 483 depósitos de dinheiro em espécie feitos por 13 assessores ligados ao gabinete do filho do presidente da República.
Em mais um escândalo envolvendo o tema, um ex-empregado de Ana Cristina, ex-esposa de Jair Bolsonaro e mãe do filho Renan, denunciou que entregou para a família 80% de tudo o que recebeu como assessora de Flávio, na Assembleia do Rio, por quase quatro anos, cerca de R$ 340 mil. O esquema ilegal de entrega de salários acontecia no gabinete de diversos mandatos de Bolsonaro e da família.
*Com informações do portal Transparência Internacional