Redação DCO
No meio das páginas e mais páginas de notícias de um jornal imperialista, vemos um lapso de preocupação golpista. Qual o futuro da América Latina nos próximos anos? O que pode levar a série de regimes golpistas abaixo na região? Até mesmo o New York Times, um dos porta-vozes da burguesia norte-americana, já percebeu: o problema é Lula.
Relatando algumas situações de crise no continente, a matéria coloca uma série de presidentes supostamente esquerdistas que teriam sido eleitos no ano de 2021, afirmando que isso indica uma mudança quase que automática e mística no rumo da América Latina.
Mas, entre Gabriel Boric e Xiomara Castro, uma figura conhecida aparece: Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, é visto como um fator de polarização e desestabilização dos regimes golpistas no continente, podendo levar os mesmos a sua queda, assim como influenciar governos a irem mais para a esquerda.
A questão aqui tem menos relação com a ideologia de Lula, mas objetivamente com o nacionalismo nesses países. Sendo o Brasil o principal País da América Latina, a chegada de Lula ao poder pode servir como um polo de agrupamento e fortalecimento de uma tendência nacionalista em todo o continente.
O jornal imperialista utiliza até mesmo uma frase de Simone Tebet, musa do MDB que tem sido cogitada como candidata do partido para concorrer à presidência da república em 2022:
“Se você olhar para o Brasil e para a América Latina, estamos vivendo em um ciclo relativamente assustador de extremos […] Radicalismo e populismo tomaram conta [do país]”, afirmou Tebet.
Baseado nas colocações do New York Times, é possível perceber o desespero do imperialismo quanto a uma possível vitória de Lula. O ex-presidente é uma espécie de fiel da balança, cuja vitória pode desestabilizar toda dominação imperialista existente na América Latina, de fato radicalizando a população do continente e deixando essa crise ainda mais exposta, escancarando a verdadeira face do imperialismo.
Entretanto, para que isso aconteça, é necessário uma forte mobilização em torno da candidatura de Lula. A esquerda brasileira precisa enxergar a situação na qual Bolsonaro deixou o país e a população, e entender que apenas a vitória de Lula é capaz de dar um início a uma verdadeira reversão das políticas criminosas, iniciadas durante o golpe de 2016, assim como é a única capaz de melhorar a vida da população.
Por isso, a esquerda precisa mobilizar o povo em volta da candidatura de Lula. É necessário que se realizem panfletagem, plenárias, atividades nas favelas, escolas, fábricas e outros centros de trabalho, com o objetivo de desenvolver uma grande mobilização de massas, capaz de enfrentar os herdeiros do golpe e as forças imperialistas, que farão de tudo para impedir a vitória do ex-presidente. A burguesia não quer Lula presidente, mas a população o quer.