Paulo Motoryn
Brasil de Fato |Brasília (DF)
Há exatos 38 anos, em janeiro de 1984, em Cascavel, no interior do estado do Paraná, nascia um dos maiores movimentos populares do país, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na ocasião, foi realizado o 1º Encontro Nacional do MST.
No ano seguinte, durante o 1º Congresso Nacional do MST, os integrantes da classe trabalhadora camponesa definiram o que ficaria conhecido como a sua principal estratégia de ação política nos anos seguintes: a ocupação popular de terras improdutivas para Reforma Agrária.
Em entrevista ao programa Central do Brasil, a militante Izabel Grein resgatou a história do movimento e as principais lutas travadas em 38 anos do MST. Segundo ela, o MST é reconhecido pela coerência com os princípios definidos em seu surgimento.
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“O movimento nasce da experiência da força coletiva. Eu acho que essa é uma primeira questão que a gente aprende no movimento: a clareza e a coerência com os objetivos e os princípios organizativos que esse movimento se pautou lá no início”, afirma.
“O princípio da necessidade da luta pela terra, da organização coletiva, da necessidade da Reforma Agrária e da transformação da sociedade para poder fazer uma verdadeira distribuição de terra no país. Não só uma distribuição, mas uma nova forma de olhar a questão da terra na sociedade”, diz Grein.
Atualmente, o MST é composto por 450 mil famílias assentadas e cerca de 90 mil famílias acampadas, organizadas em 24 estados brasileiros. Essas famílias estão organizadas por meio da agricultura familiar camponesa atuando em 1,9 mil associações comunitárias, 160 cooperativas e 120 agroindústrias, produzindo alimentos saudáveis para o campo e a cidade.
Campanha contra a fome
Desde o início da pandemia do novo coronavírus em 2020, por meio das campanhas de solidariedade, o MST doou mais de 6 mil toneladas de alimentos e mais de 1.1 milhão de marmitas para pessoas e famílias inteiras em situação de fome e insegurança alimentar em todas as grandes regiões do país.
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O balanço foi feito após a conclusão da campanha Natal Sem Fome promovida pelo movimento de dezembro até o início de janeiro, onde cerca de 250 mil pessoas foram beneficiadas com doações de alimentos, marmitas solidárias e ceias especiais natalinas em 24 estados do Brasil.
Ação nas redes sociais
Nas redes sociais, militares, apoiadores e personalidades se engajaram em uma campanha para marcar o aniversário do MST. Com o mote “eu com o MST”, a ação incentiva publicações com fotos e mensagens que marquem a relação das pessoas com o movimento.
Entre as figuras mais destacadas que participaram da ação, estão o senador Humberto Costa (PT-PE), o ex-governador da Bahia Jacques Wagner, os deputados federais Valmir Assunção (PT-BA) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP), o jornalista José Trajano, a vereadora soteropolitana Maria Marighella (PT), entre outros.
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Entidades, sindicatos e outros movimentos populares também fizeram publicações nas redes para homenagear o MST. Para localizar todas as publicações no Twitter, busque a hashtag #EuComOMST ou clique aqui.