Brasil de Fato
O Brasil registrou ontem (4/2), 184.311 novos casos e 493 mortes pela Covid-19 nas 24 horas anteriores. Contudo, o levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) voltou a ficar incompleto. Isso porque os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará não conseguiram enviar os números para o sistema do Ministério da Saúde. Eles são o 1º, o 3º e o 8º em termos populacionais, o que deixa bastante incompleto o levantamento nacional.
Em 10 de dezembro, um suposto ataque hacker, ainda não devidamente esclarecido, comprometeu os sistemas eletrônicos de monitoramento da pasta. A instabilidade durou até meados de janeiro, influenciando, desse modo, na divulgação de diversos indicadores, no caso que ficou conhecido como “apagão de dados” de Ministério da Saúde.
Nos últimos dias, no entanto, a comunicação entre os estados e o Ministério havia sido normalizada. Coincidentemente, o novo episódio ocorre um dia depois de o Brasil registrar mais um recorde na transmissão, com quase 300 mil novos casos e mais de mil mortes por covid-19, maior marca desde 18 de agosto.
Assim, com dados incompletos, as médias diárias de mortos e de óbitos registraram leve queda na comparação com os picos registrados nos últimos dias. Ao todo, país soma atualmente 630.494 mortes pela covid-19 desde o início da pandemia. E os casos totais somam 26,7 milhões oficialmente.
Ômicron dominante
Em janeiro, a variante ômicron respondeu por 95,9% das amostras analisadas pela Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (4), com base no sequenciamento genético de 3.739 testes feitos entre 14 e 27 de janeiro. Um mês, a nova variante representou 39,4% dos casos sequenciados. Identificada pela primeira vez no país em novembro, o relatório destaca que a ômicron já “domina completamente o cenário epidemiológico da Covid-19 no Brasil”.
Antes, em dezembro, os pesquisadores detectaram a ômicron com mais frequência nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul. Mas, recentemente, os pesquisadores encontrar a nova variante em todas as regiões do país. Muito mais transmissível, ela é responsável pela atual explosão no número de casos.
Outro complicador é que a ômicron é capaz de infectar escapar da imunidade conferida por duas doses das vacinas. Até mesmo pessoas que tomaram a dose de reforço chegaram a se contaminar. Contudo, nesse último caso, a chance de desenvolver a forma grave da doença é muito menor.
Além disso, os pesquisadores identificaram três linhagens da ômicron em circulação no país: BA.1 (2.382 genomas), BA.1.1 (226 genomas) e BA.2 (1 genoma). Esta última, vem se alastrando pelo mundo mais recentemente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 57 países já detectaram essa subvariante da ômicron.
O que vem preocupando os cientistas é que a BA.2 parece ser ainda mais infecciosa do que a versão “original”. Um estudo dinamarquês divulgado nesta semana indica que essa subvariante é cerca de 33% mais contagiosa que a BA.1. Na Dinamarca, ela desbancou, inclusive, a primeira linhagem da ômicron, respondendo por mais de 82% dos casos recentes de covid-19. As autoridades de saúde do país, no entanto, não identificaram diferenças significativas nas internações.