Marcelo Hailer
Revista Fórum – São Paulo (SP)
Desde que foi anunciado, o programa Auxílio Brasil – que substituiu o Bolsa Família -, é marcado por incertezas e falhas em sua execução. E os erros continuam.
Neste momento há 526 mil famílias brasileiras que vivem na extrema pobreza e que entraram no cadastro federal e que estão à espera de entrada no programa Auxílio Brasil, porém, não há garantia e nem previsão de quando irão receber o benefício.
De acordo com levantamento do UOL, entre novembro e dezembro de 2021, o governo Bolsonaro recebeu a inscrição de cerca de 1.104.069 milhão de famílias no Cadastro Único.
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Além de mais de meio milhão de famílias em situação de extrema pobreza, há outras 165.199 em situação de pobreza, ambas estão elegíveis para receber o Auxílio Brasil.
Mas, como o governo federal não divulga um balanço mensal de quantas famílias saíram do programa e quantas entraram, não é possível saber exatamente o número daquelas já cadastradas e que ainda estão no aguardo de receber o benefício.
Ao UOL, o Ministério da Cidadania declarou que a inclusão no Auxílio Brasil depende de algumas condições e não ocorrerá de forma automática e que também depende de disponibilidade orçamentária.
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Em tese, as famílias que vivem em situação de extrema pobreza têm prioridade na inclusão do programa e deveriam ser beneficiadas imediatamente. Por sua vez, as famílias em situação de pobreza têm direito se tiverem gestantes, nutrizes ou pessoas com até 21 anos que concluíram a educação básica ou que estejam matriculadas.
A espera do Auxílio Brasil
Três milhões de famílias foram incluídas no programa em janeiro e o governo federal chegou a anunciar que tinha zerado a fila de espera.
Porém, o governo Bolsonaro usou dados de referência de meses anteriores ao Auxílio Brasil e as famílias que conseguiram entrar recentemente no cadastro estão sem previsão de quando vão receber o benefício.
E, pelo menos por hora, não há sinais de que estas famílias que aguardam pelo benefício vão recebê-lo, pois, com o orçamento aprovado para 2022 de R$ 89,1 bilhões não há espaço para ampliar o número de beneficiários.
O número de famílias em situação extrema pobreza aumentou ao longo do governo Bolsonaro e, em dezembro de 2021, registrou o maior número da história do Cadastro Único: 15,5 milhões.
Fonte: Diálogos do Sul