A privatização de parte do sistema de abastecimento d’água não resolveu o problema da escassez no abastecimento, mas aumentou significativamente o valor cobrado nas contas de água, conforme se constata ao verificar o histórico de reclamações disponível na internet.
É muito comum nas áreas de moradia das classes média e alta o pagamento de duas contas de água, uma para o sistema de abastecimento de água encanada e outra para o abastecimento privado através de carros-pipa. A população comum, a maioria, não tem capacidade econômica de arcar com esses custos.
O problema de falta d’água em Maceió persiste por anos a fio. Os governos se sucedem e o problema só aumenta, na medida em que a cidade e a população crescem.
Ironicamente, a palavra Alagoas significa “terra alagadiça”. Banhada pelo mar e por duas lagoas, Mundaú e Manguaba, há abundância do líquido na cidade de Maceió, faltando a implementação de sistemas adequados que permitam sua distribuição para a população em geral.
A água é uma necessidade básica do ser humano. A população não pode se conformar com essa situação. É necessário cobrar das autoridades soluções provisórias, ações para conter o problema de forma imediata, e soluções definitivas, que satisfaçam as necessidades básicas da população quanto ao fornecimento de água potável.
Maceió é uma cidade que vem sofrendo a destruição provocada por empreendimentos privados, como a exploração do sal-gema, que provocou afundamento do solo e desabamentos e transformou bairros inteiros em “cidades fantasmas”.
É preciso organizar a população de Maceió em defesa da reestatização do sistema de abastecimento de água e de um amplo investimento para garantir agua para todos.
As tecnologias disponíveis para provisão de água potável são muitas, cabe aos governos em conjunto com a população, adotar o que for necessário. A população já mostrou o caminho, sair às ruas, é preciso organizar a mobilização para que o problema do desabastecimento não permaneça em Maceió.
Fonte: DCO