Redação do DCO
No início do mês, o presidente russo Vladimir Putin fez um importante anúncio durante reunião com os pilotos e aeromoças das companhias aéreas russas sobre a operação especial na Ucrânia. Putin explicou sobre a inviabilidade de apenas ajudar as repúblicas independentes no Donbass dentro dos seus territórios, pois as milícias fascistas receberiam um fluxo constante de recursos materiais, munições e equipamentos do “ocidente”.
Outro ponto importante do anúncio diz respeito ao contingente mobilizado para as ações militares: “nem recrutas, nem convocados para treinamento”. Deixando claro que apenas o contingente regular do exército russo e voluntários eram suficientes para cumprir o cronograma estabelecido pelo Estado-Maior Geral do país. Um claro indicador de que a operação russa está sendo conduzida com a maior tranquilidade e cuidado com a população o possível.
Voluntários de diversos países têm se mobilizado para ajudar a esmagar os nazistas na Ucrânia, como os soldados das Forças Armadas da República Centro-Africana e os chechenos. Desnazificar implica necessariamente em combater quem dá o suporte político e militar às milícias fascistas, a OTAN, reconhecida como inimigo mortal nos países que tentam desenvolver uma política minimamente independente do imperialismo. É por isso também que a maioria da população russa tem apoiado a ação do seu governo, como demonstrado pela adesão a diversos eventos como o concerto em homenagem ao Dia da Reunificação da Crimeia e Sebastopol com a Federação Russa que ocorreu na última sexta-feira e levou para o complexo esportivo de Luzhniki um público maior do que na Copa do Mundo de 2018.
A OTAN passou 30 anos incorporando países do Leste Europeu, destruiu a Iugoslávia com enorme brutalidade, ampliou progressivamente o número de bases militares, as plataformas de lançamento de mísseis e exercícios militares ao redor da Rússia. Na Ucrânia essa política atingiu um pico de intensidade, com o treinamento de neonazistas de vários países, o grande fluxo de armamentos a partir principalmente dos Estados Unidos e mais recentemente a revelação da intensificação da exploração de minas de urânio, importação de plutônio e os laboratórios para desenvolvimento de armas biológicas.
Os russos têm realizado manifestações por todo o país desde o início das operações, mas elas não são repercutidas pela imprensa internacional. Essas manifestações ─ como a que ocorreu ontem em Moscou, lotando um estádio com capacidade para quase 100 mil pessoas ─, somadas à participação de voluntários nas ações na Ucrânia, bem como às declarações concedidas por cidadãos russos em apoio à operação, demonstram que o povo russo está absolutamente contra a presença ameaçadora da OTAN nas suas fronteiras.
A Rússia passou mais de 70 anos convivendo com as ameaças imperialistas da OTAN, particularmente nas últimas três décadas, com a expansão da aliança para o leste da Europa. O objetivo da força militar imperialista sempre foi, desde a sua criação em 1949, atacar a Rússia. Isso chegou muito perto de ocorrer no início deste ano, mas os russos reagiram antes que fosse tarde.
As manifestações de apoio às ações contra a OTAN na Ucrânia são também expressão do sentimento anti-imperialista do povo russo que, diante de tamanha opressão sofrida, inicia um processo de rebelião contra o imperialismo. Esse também é um sintoma da crise do imperialismo, já manifestada no ano passado com a vitória do Talibã no Afeganistão.