Redação do DCO
Desde o golpe de 2016, os ataques contra o povo brasileiro têm se intensificado de uma maneira exponencial. Durante o governo Temer, estes ataques vieram por meio das infames reformas que o mesmo impôs sobre os trabalhadores. Dentre elas, está a reforma trabalhista e o PL da terceirização.
À medida que se colocava mais à esquerda, Lula, em sua campanha presidencial para 2022, prometeu acabar com a reforma trabalhista. Entretanto, agora, o ex-presidente, ao lado da própria CUT, endireitou o seu discurso, colocando em pauta a revisão das reformas de Temer.
Antes de qualquer coisa, é preciso ficar claro qual o objetivo da reforma trabalhista: esmagar os direitos da classe operária brasileira. Nisso, o projeto foi extremamente bem sucedido. Representou um estupro da legislação, uma jurisdição que violou em mais de 100 pontos a CLT.
Hoje em dia, se o número de trabalhadores em situação de informalidade praticamente dobrou, é por conta da reforma trabalhista. Sem contar em todas as ocasiões em que o TST deliberou a favor da supressão de uma série de direitos de determinada categoria, como foi o caso dos Correios em 2020. Tudo isso sob o respaldo legal da reforma trabalhista.
Nesse sentido, foi um dos principais artifícios no que diz respeito à entrega do patrimônio nacional aos capitalistas. Ou seja, peça-chave no maior objetivo do golpe que o imperialismo americano orquestrou no Brasil: aplicar a política neoliberal no País.
Por isso, falar em revisar as reformas de Temer não é nada senão uma grande capitulação da luta dos trabalhadores contra o golpe. É uma moderação da política anti-imperialista de Lula que, no final, serve à burguesia. Se existem pontos a serem alterados na CLT, essa discussão deve ser feita em um debate à parte, não com base na reforma que destroçou a Consolidação.
Acima de qualquer coisa, a palavra de ordem de revogação das reformas de Temer deve servir para mobilizar os trabalhadores contra a burguesia. Ainda, deve ser um dos pivôs para lançar a candidatura de Lula nas ruas, baseada no apoio popular dos trabalhadores.
Afinal, mesmo que Lula ganhe as eleições, caso não seja eleito com base na mobilização popular, levará um governo completamente dependente e servo da direita. Consequentemente, não terá condições políticas suficientes para reverter os maiores ataques do golpe contra os trabalhadores, como é o caso das reformas de Temer.
No fim, uma campanha sem as principais reivindicações dos trabalhadores é uma campanha vazia. Foi a classe operária brasileira quem mais sofreu com o golpe e, por isso, são os trabalhadores a principal força na luta pela derrubada do regime golpista instaurado no Brasil desde 2016. Ademais, a base deve ser a responsável por empurrar a candidatura de Lula à esquerda, lutando contra as posições vacilantes da direção do PT e impondo uma campanha eleitoral verdadeiramente progressista, contra todos os ataques dos capitalistas ao povo.