Poema do galo da Igreja do Rosário *

Igreja do Rosário, na Rua do Sol, em Maceió - O poeta alagoano-palmarino Jorge de Lima, no Rio de Janeiro, tinha "visões" do galo da igreja, que observava quando era estudante e residiu em Maceió, sendo depois, na cidade, médico clínico. Jorge de Lima foi ainda deputado estadual por Alagoas. Foto: Reprodução.

Iremar Marinho

O galo da Igreja girando,

Orientando os ventos

Desorientando Jorge de Lima.

 

Alada ave o galo gira na Rua do Sol

Ignorado pelos automóveis

E a pressa transeunte.

 

Mas está preso o galo,

Asas mortas no cimo da igreja.

Jorge de Lima está vendo.

 

Quando o galo do Rosário forja o canto?

Na noite?

Na madrugada?

Na franja da aurora?

 

Jorge de Lima ouve do galo

do Rosário seu cantar

na torre à Rua do Sol.

 

* (Do livro de poemas “Flores de Cana”, de Iremar Marinho”)

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