A Central de Movimentos Populares (CMP) faz uma série de manifestações nesta terça-feira (21) em São Paulo parar denunciar o aumento do desemprego e da fome no país. Os manifestantes levarão consigo panelas, ossos, faixas e cartazes para chamar a atenção para as crises social e econômica.
Para Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP) e um dos articuladores do movimento, “o drama do desemprego e da fome é de tal magnitude que não bastam palavras de ordem, do tipo Natal sem fome, pois milhões de pessoas passarão fome neste Natal”.
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“Por isso, faremos as marchas por emprego, contra a carestia e a fome. Mostraremos que há comida nos supermercados, mas o que falta é emprego e dinheiro para comprá-la”, ressalta.
Segundo a liderança, “as marchas são organizadas nos bairros, nas periferias e nas favelas para demonstrar indignação e insatisfação dos trabalhadores e das trabalhadoras desses locais com essa situação de agravamento da crise social, com o aumento do desemprego atingindo 14 milhões de pessoas, com a fome atingindo 20 milhões de pessoas, com a carestia dos alimentos, do botijão de gás, da conta de energia. O povo não suporta mais ver o aumento do número de bilionários durante a pandemia enquanto passam fome”.
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Em suas palavras, “a fome, o desemprego e a pobreza não são frutos do acaso. Muito pelo contrário: é uma escolha política. A fome, o desemprego e a pobreza decorrem de um sistema em que uns poucos se apropriam das riquezas produzidas por todos e todas”.
Inflação, desemprego e fome
Entre janeiro e junho, o desemprego bateu recorde, com 14,7% da população economicamente ativa sem ocupação. Foi o maior índice registrado desde 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação também bateu recorde. Em novembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) acumulou uma alta de 10,74% contando os 12 meses anteriores. É o maior registro desde novembro de 2003, quando a inflação bateu 11,02%. A alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis. Nos últimos meses, a gasolina acumulou uma alta de 50,78%; o etanol, de 69,40%; e o diesel, de 49,56%.
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Em um ano, o “prato feito” subiu praticamente o triplo da inflação, segundo um levantamento feito por Matheus Peçanha, pesquisador e economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE): 22,57% no acumulado de 12 meses diante de 8,75% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no mesmo período. Nesta conta, entre os que tiveram uma alta no preço, estão arroz (37,5%), tomate (37,24%), carne bovina (32,69%), frango inteiro (22,73%), feijão preto (18,46%), ovos (13,5%) e alface (9,74%).
Redação Brasil de Fato