Rede Brasil Atual
Já na Academia Militar Mirim, os instrutores não podem ser chamados de “tios”. “Aqui é senhor e senhora”, explica o divulgador do curso. Além disso, os pais são instruídos a não acompanharem as aulas. “As primeiras oito aulas são importantíssimas e a gente pede que vocês deixem seus filhos com a gente. Você não vai poder participar porque a disciplina em 90% dos casos não combina com pai e mãe”.
Bordão nazista
Maurício Almeida, responsável pela dita “academia”, afirma que não tem “nenhuma” ideologia aplicada ao curso. Em vídeos expostos na internet, porém, é possível assistir aos alunos encerrando suas atividades com o brado “Brasil Acima de Tudo”, lema preferido de Bolsonaro e dos bolsonaristas. Aliás, inspirado no bordão “Alemanha acima de tudo”, entoado por Adolf Hitler e seus seguidores nos anos 1930.
Já na página da Fope, no Facebook, é possível ver várias fotos de crianças e jovens portando simulacros de armas de fogo, emulando operações militares, sob os olhares de instrutores fardados. Ainda assim, a organização nega o rótulo de paramilitar.
Após investigar os processos de seleção para esses cursos, Vanessa Lippelt chega a comparar as escolas a organizações nazistas, como a juventude hitlerista.
Para Daniel Cara, doutor em Educação, mestre em Ciência Política e professor da Universidade de São Paulo (USP), essas academias se apropriam da estrutura de formação de escoteiros e bandeirantes, mas de maneira “desvirtuada”, fazendo proselitismo do pensamento e das práticas da extrema direita.
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