Iremar Marinho
Cabral procurando Índias
Sou eu no Mar de Ameríndia
Não achei na procela ainda
Mudar a meta do cais
Navegar esses mares inda mais
No barco bêbado de Rimbaud
Tal Camilo Sbarbaro eu daria
A última moeda do lusitano alforje
Para encontrar na Mundaú de Jorge
(Com a inundação do Rio Trágico)
O redemoinho do Calunga mágico
Cabral retido pelas calmarias
Dos abrolhos-olhos dessas Jatiúcas
Não encontrou as Índias e jamais sairia
Do turvo Atlântico desses Caetés
(Do livro “Flores de Cana” – 2020)