Quem acompanha o noticiário por todos os ângulos, quem não fica restrito, no Brasil, ao que propaga a Globo Golpista sobre essa “guerra” na Ucrânia, quem procura entender o que é a globalização e a geopolítica, conclui que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, age acertadamente, na intervenção militar russa no vizinho país.
O diplomata Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, deixou claro desde o inicio que a operação militar especial na Ucrânia se destina a acabar completamente com a escalada da expansão da dominação total dos EUA e outros países ocidentais no palco internacional.
Lavrov repudiou então a “dominação” dos EUA e parceiros, “consolidada com grosseiras violações do direito internacional”. O ministro russo declarou que a Rússia jamais acatará a posição de dominação do Ocidente, como se processa, via EUA-OTAN.
“A Rússia, é claro, com sua história, com suas tradições, nunca ocupará uma posição de subordinada. Nós só podemos ser membros da comunidade internacional em condições iguais de segurança indivisível”, declarou Lavrov. E ponto final.
A grande cartada da Rússia
O “chega pra lá” russo contra o expansionismo da OTAN, que age mancomunada com o Pentágono, – mesmo sendo Putin um “conservador”, em certos aspectos políticos e de costumes, tem significados fundamentais para o mundo. O que está em curso em relação à Ucrânia não representa a vontade individual discricionária de um dirigente nacional, mas a vontade da Federação Russa, que, em si, é um contexto de nações.
E o melhor de tudo é que a intervenção russa na Ucrânia significa o acerto de uma fortíssima martelada na cabeça da Serpente do Imperialismo Americano, ao mesmo tempo que se abrem melhores caminhos para os países do grupo BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul. (Argentina já chegou a ser cogitada a fazer parte do núcleo dessa nova ordem econômica mundial, que desagrada, em cheio, a ordem imperial a partir de Washington, hoje sob o comando do falso atabalhoado Joe Biden).
BRICS não são mera sigla ou alternativa para o mundo político-econômico, mas projeto principal na senda de um novo concerto entre nações, em que a busca pelo essencial do social deixa deixa de ser mera consequência aleatória dos negócios das grandes corporações, que, acima dos Estad0s-Nações, sobrevivem lastreadas no lucro e na exploração do trabalho e bem protegidas pela força das armas de fogo e pela mídia (quase sempre monopolizada), que funciona como rolo compressor, impondo vontades e versões únicas sobre o que ocorre em qualquer parte.
É que o sistema político-econômico do lucro pelo lucro só pode ser mantido pela estratégia norte-americana da guerra permanente, significando insistir, à força, na manutenção das velhas formas pré-socialistas (e selvagens) de relações econômicas, superadas e implodidas desde que Karl Marx e Friedrich Engels publicaram em “O Capital”, seus vastos e detalhados estudos acadêmicos de filosofia, sociologia, ciência política e economia.
Foice e Martelo: revolta do povo é motor da história
Independe, portanto, da vontade de Putin ou de qualquer outro governante de país, que, entrecruzados, Foice e Martelo: (campesinato e operariado), símbolo da revolução comunista, presente, – para espanto de muitos, – na atual incursão russa na Ucrânia, passe a presidir (como símbolo), cada vez mais, as relações entre povos nacionais e entre nações.
Reafirma-se: independerá da vontade de qualquer governante, individualmente, porque a marcha é de considerável parte da humanidade, sem idealismos nem arroubos românticos, para o estabelecimento de melhores relações entre povos (vide BRICS).
Isto deverá ocorrer porquê, “no popular”, “as medidas encheram”, a ira faz transbordar a revolta, que é o verdadeiro motor da história. Os EUA e seus parceiros de dominação do mundo chegaram aos limites que podiam alcançar, mediante a exploração política e econômica e pela força da guerra, em todos os continentes.
EUA não sobreviverão, tal como hoje, porque Estados capachos também passarão a inexistir, tal como atualmente. Israel deverá ser um dos primeiros (principais) Estados falsos e capachos do Imperialismo a deixarem de existir, como existem hoje, diante da hegemonia, no bom sentido, do legitimo Estado Palestino, sufocado por décadas pelo poderio infame do Pentágono e seus coadjuvantes na Europa, principalmente.
Nos demais continentes, países, hoje manietados pelo poder imperialista norte-americano, jogarão fora suas amarras e repudiarão as sanções, os bloqueios, as pressões, as chantagens, tudo porque Washington vai deixando de ter moral política e força bruta para fazer isto contra os povos dessas nações.
A marcha do povo, vale repetir, sem idealismos nem arroubos romanticoides, é pela autonomia nacional, contra a Barbárie, reinstalada pelo Imperialismo em declínio, desde o pós-guerra, notadamente.