A expressiva vitória do chavismo, nas últimas eleições para o governo em 20 dos 23 Estados da Venezuela, além da capital, Caracas, numa votação que teve a mais baixa participação em duas décadas (41,8%), aumentou o poder territorial do presidente Nicholas Maduro. O mapa eleitoral não mudou muito em relação às eleições estaduais e municipais de 2017, das quais a maior parte da oposição se absteve de participar, e só alguns partidos apresentaram candidatos, mas sem uma plataforma unitária. Naquela ocasião, a oposição elegeu cinco governadores, mas depois perdeu o de Zulia, porque Juan Pablo Guanipa se negou a ser reconhecido pela Assembleia Nacional Constituinte, condição que o chavismo impôs para sua proclamação, e o argumento usado pelo legislativo estadual para cassar seu mandato dias depois de ele ser eleito.
Quatro anos depois, o chavismo arrebatou três importantes territórios que permaneciam nas mãos da oposição: Anzoátegui, no leste do país, e os Estados andinos de Mérida e Táchira. O triunfo mais chamativo foi o de Freddy Bernal em Táchira. Bernal é um ex-policial que está entre os mais antigos militantes da Revolução Bolivariana, dos tempos do partido MVR, fundado por Hugo Chávez. Foi prefeito de Caracas em dois períodos, deputado e chefe do serviço de inteligência. Desde 2016 é coordenador dos CLAPs, as estruturas que organizam a distribuição de alimentos a baixo custo nos bairros pobres. Ele também controla a abertura e fechamento da fronteira com a Colômbia e, no último ano, a gestão dos migrantes que retornaram em meio à pandemia.
El País