Redação do DCO
A alta generalizada nos preços dos alimentos, gás e combustíveis afeta também as feiras-livres do país reduzindo o consumo entre 30% e 50%. Com isso aumenta a expectativa de fechamento de pontos desse tipo de comércio. Até bancas no Ceagesp fecharam no período, conforme informação de feirantes e da Afecor (Associação dos Feirantes e Colaboradores de Osasco e Região), em matéria do portal Notícias R7.
Embora a queda do número de pessoas circulando nesse tipo de mercado tenha sido notório, por causa da pandemia, a prefeitura de São Paulo diz que as feiras-livres não foram impedidas de funcionar, e que foram adotadas medidas de proteção aos feirantes e consumidores. Aquela orientação do fique em casa, lave as mãos e use álcool, mais nada para reduzir a proliferação do vírus, como mais médicos, mais leitos, mais medicamentos, mais máquinas respiratórias, etc.
A inflação draconiana também causou queda no consumo, pelos preços abusivos praticados e não condizentes com a capacidade de pagamento pelos salários dos trabalhadores. A nova política de preços dos combustíveis, a PPI (Paridade de Preços Internacionais) a partir do governo golpista de Michel Temer e mantido pelo atual presidente ilegítimo Bolsonaro, adicionaram mais lenha na fogueira da alta dos preços.Essa política afasta os trabalhadores do consumo, e com isso a fome e miséria deles aumenta a cada dia.
A prefeitura de São Paulo informa que atualmente existem 942 feiras-livres com 11.900 feirantes e que desde 2020 apenas duas feiras foram fechadas, uma no Tatuapé, por obras no local, e outra no Jardim Avelino a pedido da subprefeitura.
A inflação nos preços dos combustíveis também influi no aumento dos preços, fazendo com que os gastos dos feirantes aumente e seja repassado aos preços. A gasolina em 2020 estava em cerca de R$ 5 e hoje em torno de R$ 10. O diesel estava em R$ 4 e hoje em R$ 10. Assim o preço dos combustíveis estão acima da cotação do dólar que hoje é R$ 4,91. O gás de cozinha em 2020 estava em R$ 70 reais e hoje está em R$ 125.
Com a crise econômica se acentuando, a intervenção militar da Rússia na Ucrânia contra os EUA, Otan e UE para desnazificação e desmilitarização do país, leva a falta de petróleo no mercado aumentando os preços, por causa dos embargos econômicos aplicados à Rússia, um dos principais exportadores de petróleo e gás do mundo.
Essa crise não apresenta nenhuma perspectiva de recuperação, o que leva a expectativas ainda mais graves para os trabalhadores do mundo. Ela só afeta um lado da balança, a dos trabalhadores, uma vez que os lucros dos monopólios só estão em crescimento, com crise, com pandemia e tudo mais.
Diante desse quadro catastrófico para os trabalhadores, é fundamental que eles se mobilizem para reverter a situação em seu favor. Para isso é tarefa imprescindível dos sindicatos e centrais sindicais organizar os trabalhadores de todos os setores para a luta contra a carestia, pela proteção do poder de compra dos salários, pela redução da jornada para 35 horas semanais para ocupar os desempregados, pela estatização total das empresas de petróleo e energia, por moradias e principalmente contra o capital que ampliam os lucros com a fome e miséria dos trabalhadores.
Se os sindicatos não mobilizarem os trabalhadores para essa luta de vida ou morte, se arrependeram muito, correndo o risco de caírem no descrédito deles e jogando eles no colo da extrema-direita.
O aprofundamento da crise deixa o imperialismo nas cordas e se os trabalhadores não estiverem mobilizados as perdas serão imensas. Por isso é hora de organizar a luta contra o imperialismo monopolista já.