Paulo de Castro Sarmento Filho
Professora, jornalista e historiadora palmarina, nasceu na localidade do povoado Usina Laginha, no dia 16 de junho de 1917, e faleceu no dia 28 de fevereiro de 1993, nesta cidade. Maria Mariá é filha do tabelião Sílvio de Mendonça Sarmento e de Ernestina de Castro Sarmento, sendo seus avós paternos o coronel Salustiano Tavares de Mendonça Sarmento e Maria Amélia Marinho Sarmento, e avós maternos Antônio Castro de Carvalho e Maria Rosa de Freitas. São irmãos de Maria Mariá, Maria Luísa de Castro Sarmento, Paulo de Castro Sarmento, José Sílvio de Castro Sarmento, Luís de Castro Sarmento e Maria Sílvia de Castro Sarmento.
Maria Mariá estudou o primário no grupo escolar Rocha Cavalcanti, em 1932, fez o curso normal em Maceió, no colégio Moreira e Silva, em 1937. Ela residia na Rua Correia de Oliveira, nº 65, transformada em casa histórica, onde vivia sozinha, ocupando-se de historiar os nossos antepassados. Dedicou-se às letras, a atender às solicitações e a fazer seus registros e arquivos, deixando memorizada a história palmarina. Maria Mariá era sempre solicitada para escrever discursos ou para tirar dúvidas gramaticais, sendo por isto mesmo denominada “Dicionário Ambulante”, tais seus conhecimentos de língua portuguesa.
Deste modo, a professora Maria Mariá dedicou boa parte de sua vida em prol da sociedade palmarina, deixando-nos um grande acervo biográfico, cultural e histórico, além de sua casa, que pertencera à família do príncipe dos poetas, o palmarino Jorge de Lima, e seu museu de antiguidades, com peças do século VVIII.
VIDA PROFISSIONAL
Maria Mariá ingressou, em 29 de janeiro de 1943, como funcionária pública estadual, como professora classe C, tendo que estagiar na zona rural, no povoado Fazenda Santo Antônio. Em 1944, foi transferida para o grupo escolar Jorge de Lima, como diretor titular. Em 1956, ela também lecionava no Ginásio Santa Maria Madalena, da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), sendo daí transferida, por questões políticas, para o grupo escolar Professor Loureiro, da cidade de Murici.
Em 1957, Maria Mariá regressou ao grupo escolar Jorge de Lima, sendo, em 26 de fevereiro de 1963, designada para exercer a função gratificada de inspetora regional da 7ª Inspetoria de União dos Palmares. Em 17 de dezembro de 1965, foi credenciada como jornalista pela Associação Alagoana de Imprensa, sob o registro n º 218, publicando dezenas de colunas sobre assuntos de nossa cidade, durante vários anos, na imprensa de Alagoas. Maria Mariá aposentou-se no dia 10 de março de 1971, como educadora.
VIDA COMUNITÁRIA E CULTURAL
Em 1941, ela promoveu a 1ª Festa da Mocidade, e, em 1948, participou do Grupo Dramático de Amadores. Em 1949, organizou os festejos do Rei Momo, e, em 1952, promoveu várias festas de formaturas de filhos ilustres de União dos Palmares. Em 1953, promoveu a 1ª Festa do Comerciário e organizou bingos beneficentes para a construção da Casa do Pobre. Sendo a primeira professora de Português e Geografia do Ginásio Santa Maria Madalena, em 1955, Maria Mariá fundou a Biblioteca Pública Dr. Jorge de Lima, sendo sua primeira bibliotecária. Foi paraninfa de turmas em vários colégios. Em 1956, ela participou da comissão dos festejos da padroeira Santa Maria Madalena; Em 1959, participou da diretoria e da comissão de reforma da Associação Atlética Palmarina. Em 1960, foi diplomada no curso de Contabilidade e participou da inauguração da iluminação pública elétrica, na cidade.
Em 1964, Maria Mariá promoveu a 3ª Grande Vaquejada de União dos Palmares; em 1971, participou da inauguração do grupo escolar Dr. Paulo de Castro Sarmento, uma homenagem a seu irmão. Em 1977, presidiu a comissão das festividades da emancipação política de União dos Palmares e, em 1979, presidiu a comissão da VI Festa do Milho, participando também das inaugurações da quadra de esportes Manoel Neto – Paizinho e do grupo escolar municipal Domingos da Silva Pino. Em 1985, ela presidiu a comissão de tombamento da Serra da Barriga, sendo também representante da cultura e do folclore palmarino, no Estado.
LEGADO DE UMA PALMARINA ILUSTRE
Maria Mariá é, para todos os palmarinos, a expressão máxima e ímpar da cultura local, como uma das mais destacadas e cultas mulheres de sua época. Ela partiu, mas não deixou órfãos, e sua residência é hoje um grande acervo cultural para preservação da história palmarina e do legado do povo, tornando-se a Casa Museu Maria Mariá um marco em nossa cultura. O dia 28 de fevereiro de 1993, às 10h20min, um domingo, ela faleceu, aos 76 anos, acometida por infarto agudo do miocárdio. Que seus ideais, seu amor e suas lutas pela terra palmarina sirvam de exemplos para a posteridade.
* Escrito em 8 de junho de 1993 e publicado no boletim da Casa Museu Maria Mariá de Castro Sarmento