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A crise econômica, a inflação e o derretimento da renda dos brasileiros continuam causando estragos, especialmente nas camadas mais humildes da sociedade. Entre maio de 2021 e abril de 2022, o número de famílias em situação de extrema pobreza que estão inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do Ministério da Cidadania subiu de 14,6 milhões para 18,2 milhões, um aumento de 25% em apenas 11 meses.

Segundo os dados do ministério, esse número corresponde a 52% do total de 35 milhões de famílias que estão na base do CadÚnico. O que significa que o real tamanho da extrema pobreza pode ser ainda pior, já que a população de rua vem aumentando e muitos podem ter perdido acesso a formas de agendar a atualização dos registros, como telefones e internet. Pouco mais de 22,3 milhões de famílias (64%) estão com o cadastro em dia.

As famílias em situação de extrema pobreza são aquelas com renda per capita de até R$ 105. A renda para a situação de pobreza vai de R$ 105,01 até R$ 210, faixa que atualmente concentra 3,1 milhões de famílias, ou 9% do CadÚnico. Outros 6,7 milhões (19%) estão na baixa renda, que vai de R$ 210 até meio salário mínimo (R$ 606) per capita. Os cerca de 20% restantes, cerca de 6,9 milhões de famílias, ganham acima de meio salário mínimo per capita.

Em números absolutos, 47 milhões dos mais de 83,3 milhões de pessoas que constam do CadÚnico hoje vivem em situação de pobreza extrema, 55% do total. Outros 8.8 milhões estão na faixa de pobreza e respondem por 10% dos cadastrados. Pouco mais de 18,8 milhões (22%) têm baixa renda e outros 11 milhões (13%) estão na faixa com renda acima de meio salário mínimo.

Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o panorama atual é uma prova da incompetência do governo. “O país está com muito desemprego, tem 19 milhões de pessoas passando fome, tem 116 milhões de pessoas que estão com algum problema de insegurança alimentar. Eu só posso te dizer que isso não é um fenômeno da natureza. Isso é um fenômeno chamado falta de vergonha na cara de quem governa esse país”, afirmou ele em uma entrevista recente.

Consequências estão nas cidades

Dessa forma, é possível notar como a deterioração econômica do Brasil vem afetando diretamente a população mais vulnerável. Nas cidades de todos os tamanhos, o número de famílias inteiras que podem ser vistas morando nas ruas tem crescido a olhos vistos. O CadÚnico hoje é usado para quem precisa solicitar o Auxílio Brasil, programa que substituiu o bem-sucedido Bolsa Família e hoje é concedido apenas às famílias em extrema pobreza.

Em São Paulo, a maior cidade do país, ao menos 619,8 mil famílias vivem em situação de extrema pobreza, segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social publicados pelo portal G1. Esse número, que corresponde ao total de cadastrados no CadÚnico em janeiro de 2022, é 30,82% maior que o registrado no primeiro mês de 2021, 473,8 mil famílias.

A ampliação desse número ao longo dos quatro anos do governo Bolsonaro é um reflexo da crise econômica e social. Em janeiro de 2019, 412,3 mil famílias estavam na extrema pobreza em São Paulo. No mesmo mês em 2020, esse total havia subido 9,21% e atingido 450 mil famílias. As 473,8 mil famílias que compunham essa estatística em janeiro de 2021 representam um aumento de 5,2% em relação ao ano anterior.