Iremar Marinho
O galo da Igreja girando,
Orientando os ventos
Desorientando Jorge de Lima.
Alada ave o galo gira na Rua do Sol
Ignorado pelos automóveis
E a pressa transeunte.
Mas está preso o galo,
Asas mortas no cimo da igreja.
Jorge de Lima está vendo.
Quando o galo do Rosário forja o canto?
Na noite?
Na madrugada?
Na franja da aurora?
Jorge de Lima ouve do galo
do Rosário seu cantar
na torre à Rua do Sol.
* (Do livro de poemas “Flores de Cana”, de Iremar Marinho”)