Durante a campanha Natal Sem Fome, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), são distribuídas mais de 700 toneladas de alimentos vindos em sua maioria de assentamentos, acampamentos e cooperativas. Os alimentos são arrecadados com o apoio das campanhas promovidas pelo movimento, em conjunto a uma rede de solidariedade para beneficiar famílias vulneráveis, em situação de fome e insegurança alimentar nas periferias urbanas e rurais do país.
Chega a 20 milhões o número de brasileiros que ficam o dia inteiro sem ter o que comer. O dado é do estudo mais recente da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Mas como o levantamento foi feito em dezembro de 2020, o cenário de fome pode estar ainda mais grave. Isso porque a economia brasileira recuou e não existem políticas públicas de combate à pobreza. As poucas medidas adotadas pelo governo Jair Bolsonaro não fazem frente aos estragos provocados pelo próprio governo. De um lado, inflação nos alimentos, combustíveis, gás de cozinha. De outro, o desemprego atinge 13 milhões de brasileiros e a informalidade afeta outros 38 milhões.
A solidariedade tem sido a única maneira de fazer chegar alimentos a tantas famílias. Uma dessas ações ocorrem na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, na região da Sé, onde pessoas em situação de rua recebem mais de mil refeições diariamente. Além disso, somente no mês de dezembro, a campanha Bancário Solidário, promovida pela entidade desde março, arrecadou 3.500 cestas básicas e 2,76 toneladas de alimentos entregues a comunidades carentes, inclusive indígenas no extremo sul da capital.
Uma campanha que tambem está fazendo a diferença na vida de milhares de famílias por todo o Brasil é o Natal sem Fome promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). As cestas produzidas pelo MST contêm alimentos cultivados em assentamentos da reforma agrária e até o fim da campanha, em 6 de janeiro, a expectativa é distribuir mais de 700 toneladas.
David Zamory, dirigente estadual do MST em São Paulo, explica que a campanha também denuncia a barbárie e a fome no Brasil. “Demonstra como o agronegócio que produz somente commodities para exportação é causador da fome no Brasil”, afirmou, em entrevista à jornalista Júlia Pereira, da Rádio Brasil Atual. “Enquanto isso, a variedade de alimento produzida pela agricultura familiar não tem espaço. O resultado é que se consegue produzir em larga escala vários itens da cesta básica que a agricultura familiar produz.”
Rede Brasil Atual