Cristiane Sampaio
A consulta pública que o Ministério da Saúde vinha fazendo até o último domingo (2) a respeito da vacinação de crianças contra a Covid terminou com maioria de manifestações contrárias à exigência de prescrição médica no ato da imunização.
A informação veio à tona nesta terça-feira (4), por meio da Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid do MS, Rosana Leite de Melo. Os detalhes do resultado final do processo serão divulgados pela pasta nesta quarta-feira (5), quando o MS deverá ainda fixar uma “decisão terminativa” sobre o assunto, conforme foi sinalizado na segunda-feira (3) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
“Tivemos 99.309 pessoas que participaram neste curto intervalo de tempo em que o documento esteve para consulta pública, sendo que a maioria se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização das crianças com comorbidade. A maioria foi contrária à obrigatoriedade da prescrição médica no ato de vacinação”, afirmou Rosana Melo nesta terça-feira.
A consulta contou com cerca de 100 mil participantes opinando sobre o tema, que ganhou status de polêmica por conta de discussões levantadas pelo presidente Jair Bolsonaro e aliados negacionistas, que questionam a segurança dos imunizantes.
Diferentes pesquisas ao redor do mundo têm sinalizado que as vacinas são seguras para serem aplicadas na população. Por conta disso, pediatras e infectologistas brasileiros se manifestaram favoravelmente à imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid quando, em dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina da Pfizer para esse público.
A imunização dessa faixa etária já foi liberada em pelo menos 39 países do mundo, como Alemanha, Bélgica, Áustria, Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Finlândia, Reino Unido, Portugal, entre outros.
No Brasil, o Ministério da Saúde pretende orientar as famílias a vacinarem crianças com idade entre 5 e 11 anos, desde que seja apresentado comprovante de prescrição médica e que haja a anuência dos pais. De acordo com Queiroga, haverá doses suficientes para todos.